lundi, septembre 03, 2012

small hours

adormece em meu peito,
pequena delirante
mente e cria em seus sentidos
tortos
chama, chama febril
por um triz, um risco, um fato
um sonho que não vem
a mão que não a persegue
nem nunca há de perseguir
excesso ou falta
não se sabe
estendo um leito, unguento, água
desnecessário
tudo desnecessário
e como se fosse gritar
com sua voz muda mais muda que há
arrasta o lençol
e na guerra consigo mesmo
arranca as roupas fora
emudece ainda mais o silêncio hostil
do quarto
estica-se até ganhar uns centímetros
de orvalho
e entrega-se
sem dó
sem olvidar
finalmente
do sono
e
do ar que é seu
e aquiesceu.